tu fechas,
eu abro!
abro?
em vão tento abrir as portas que fechaste.
empurro, não abre.
a chave não serve!
bato, não abres!
não há frestas,
nem pequenos golpes de luz,
sendo dia!
lá fora...
o sol brilha
e eu encostado à tua porta, fechada!
uma parede fria,
vazia!
uma janela trancada,
calada!
passa a noite,
passa o dia
e aquela porta sombria,
nunca mais se alumia.
passa outra noite,
mais outra
e aquela porta tamanha´,
cresceu para ser uma estranha.
passa um ano,
passa a vida
e aquela porta fechada,
de porta não tinha nada.
era parede...
eu não via!
Jeff Buckley deu início à sua carreira sob o olhar atento e carregado de expectativas de todos aqueles que conheciam o trabalho do seu pai(Tim Buckley), e queriam ver em Jeff um herdeiro do seu talento. Á semelhança do pai, o músico criou desde o início da sua curta carreira uma legião de fãs, que acabou por se tornar num fenómeno de culto.
Jeff Buckley nasceu em Orange County, na Califórnia, em 1966,começou a tocar quando ainda andava na escola e, anos mais tarde mudou-se para Los Angeles, para onde foi estudar música. No início dos anos 90, destacou-se dos outros músicos da sua geração, dando o pontapé de saída da sua carreira no circuito de bares de Nova Iorque, já com o rótulo de artista iluminado, e ainda antes de seguir a solo, o músico participou os Gods & Monsters com o guitarrista experimental Gary Luca.
Aclamado pela crítica, aplaudido pelo público e reconhecido pela generalidade dos músicos, Buckley editou o seu primeiro registo em 1983. Intitulado "Live at Sin-é", o registo consistiu num EP com quatro faixas gravado ao vivo, em 1983, que chegou ao mercado pela mão da Columbia Records.
Nessa altura, o músico entrou em estúdio com o baixista Mick Grondhal, o baterista Matt Johnson, e o produtor Andy Wallace, e juntos gravaram sete novos temas, entre os quais se contavam "Grace" e "Last Goodbye", assim como três versões, uma das quais para "Hallelujah" de Leonard Cohen, e outra para "Corpus Christi Carol" de Benjamin Britten.
O calendário marca o dia 29 de Maio de 1997, o cenário é a cidade de Memphis. Jeff Buckley e Keith Foti, caminham em direcção a um estúdio onde têm encontro marcado com a banda. Os dois decidem descansar ao pé do rio e Jeff sempre desafiante, entra nas águas do Wolf River apesar dos receios e avisos de Keith Foti. Num rádio portátil pode ouvir-se «Whole Lotta Love» dos Led Zeppelin, Jeff entoa em voz alta as letras e brinca com a forma de Robert Plant cantar, com a passagem de um barco, o amigo deixou de ver Buckley devido à ondulação provocada. Naquela altura só as luzes da cidade iluminam as tristes águas do Wolf River mostrando que natureza tem estranhas formas de mostrar a sua raiva. O corpo de Jeff Buckley é encontrado tres dias depois. O homem que sabia demasiado acerca da vida e do amor havia sucumbido prematuramente e de forma trágica.
Junte no mesmo caldeirão os guitarristas Jack White (White Stripes, Racounters, Dead Weather), Jimmy Page (Led Zeppelin), The Edge (U2) e o cineasta David Guggenheim - realizador de "Uma Verdade Inconveniente" - e o resultado é o documentário "It Might Get Loud".
O filme mostra os três artistas, de épocas e técnicas diferentes, explicando como desenvolveram as suas formas de tocar. A relação entre os músicos e a guitarra, o instrumento símbolo do rock and roll, a síntese e criação de cada um deles, é contada em depoimentos e demonstrações (os músicos chegam inclusivamente a tocar juntos em pequenas jam sessions).